Como frequentemente ocorre, expectativas elevadas levam à decepção, enquanto expectativas mais modestas costumam conduzir ao sucesso. No início de 2023, os especialistas de Wall Street previram que o S&P 500 chegaria a 4.050 até o final do ano, o que se mostrou 15% abaixo da realidade. No início de 2024, a estimativa consensual era de 4.867. Agora, no meio do outono, o índice amplo está sendo negociado 17% acima dessa previsão. Os especialistas subestimaram o potencial de um rali no mercado de ações, permitindo que ele se destacasse.

Uma economia dos EUA mais forte do que o esperado, resultados corporativos impressionantes e o boom da tecnologia de IA permitiram que o S&P 500 atingisse 46 novas máximas históricas em 2024. Desde o início do ano, o rali tem sido o mais rápido desde 1997, quando a bolha das empresas de internet estava se formando. O otimismo está em alta, os bancos estão revisando suas previsões para cima, e os executivos corporativos estão mais otimistas do que os analistas da Bloomberg. Eles preveem um crescimento dos lucros corporativos de 16% no terceiro trimestre, enquanto os analistas esperam 4,2%.

Dinâmica dos lucros corporativos do S&P 500

De acordo com uma pesquisa do Bank of America, investidores globais aumentaram significativamente a participação de ações em suas carteiras, enquanto reduziram a fatia de títulos e dinheiro. O banco destaca que este é o maior aumento no otimismo desde junho de 2020, impulsionado por um corte acentuado nas taxas no início do ciclo de flexibilização monetária do Federal Reserve e por um estímulo massivo da China. No entanto, o sentimento excessivamente otimista pode resultar em uma correção de baixa.

O Morgan Stanley acredita que o fortalecimento contínuo do dólar americano será o gatilho para uma correção no S&P 500. A moeda está sendo comprada como um ativo de refúgio em meio ao aumento dos riscos geopolíticos no Oriente Médio, à maior volatilidade pré-eleitoral e à revisão das expectativas em relação à taxa de juros dos fundos federais. Inicialmente, os derivativos previam um corte de 75 pontos-base até o final de 2024, mas agora estimam uma redução de 50 pontos-base.

Dinâmica do S&P 500 e do dólar americano.

Um dólar mais forte é ruim para os lucros das empresas, pois uma parte significativa dos lucros é gerada fora dos EUA. A conversão de moeda estrangeira em dólares piora os resultados finais. Por outro lado, um índice USD forte reflete o excepcionalismo americano. A economia dos EUA está superando todas as outras, o que é uma ótima notícia para o S&P 500.

Não é surpresa que o UBS tenha revisado sua previsão para o amplo índice de ações, elevando-a de 5.600 para 5.850 até o final de 2024, e de 6.000 para 6.400 até o final de 2025. O Goldman Sachs prevê que o S&P 500 atingirá a marca de 6.000 ainda este ano, enquanto o BMO se destaca como o mais otimista entre os grandes bancos, com uma meta de 6.100 até o final de 2024.

Tecnicamente, o gráfico diário do S&P 500 indica uma forte tendência de alta. Investidores estão correndo para comprar o índice durante os recuos. Os touros continuarão a dominar o mercado até que o índice caia para um valor justo de 5.700. É recomendável manter as posições longas abertas acima de 5.740, adicionando novas compras periodicamente. Interessantemente, o primeiro dos dois alvos previamente estabelecidos, de 5.800 e 6.000, já foi atingido.